O Nutead (Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta a Distância) apresentou ao CEPE (Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão), na reunião desta terça-feira (22), o sistema EaD desenvolvido para atender aos acadêmicos com necessidades especiais. Implantado no portal do Nutead e no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), o projeto foi pensado a partir das indagações e dos e-mails de alunos com dificuldades de encontrar conteúdos para atender às atividades cotidianas. Eliane de Fátima Rauski, coordenadora geral do Nutead, explica que o processo foi evoluindo a partir da visão das necessidades e benefícios que representa para os usuários.
Quando se pensa em acessibilidade, segundo a coordenadora, a ideia que surge, naturalmente, refere-se ao atendimento de necessidades de alguém com alguma deficiência física. Eliane observa: O termo acessibilidade é amplo. Significa permitir acessibilidade a todos. Cita, como exemplo, a dificuldade de um aluno com dislexia (distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita ou soletração) e que precisa de um prazo maior para realizar uma atividade. Se o aluno dislexo conseguir ouvir o texto o resultado ou rendimento dele vai ser maior. Isso porque o problema dele ocorre em relação à leitura.
Simpósio de Acessibilidade
Em 2015, no EaD houve o ingresso de três alunos com deficiência visual. Dois alunos com deficiência parcial em que a utilização de lupa com o aumento do tamanho da letra na tela do computador resolveu a questão. Também tivemos a presença em nossa sala de aula de ambiente virtual de um aluno com 100% de perda de visão. Ele tem o direito de fazer o curso. Passou no vestibular e precisa ter acesso aos conteúdos para concluir sua formação, frisa Eliane.
A coordenadora relata que a equipe Nutead iniciou a verificação do que outras instituições estavam fazendo diante de quadros semelhantes. Na procura, houve o encontro com a equipe do NEAD da Unesp. Do contato surgiu a ideia da realização do Simpósio de Acessibilidade na Educação a Distância (EaD): Planejamento, Implementação e Mediação Pedagógica, que reuniu professores, tutores coordenadores de tutoria (graduação e pós-graduação), coordenadores de pólos e tutores presenciais.
Nível de Acessibilidade
Albino Szesz, responsável pela criação e implantação do projeto, explica que, a partir do seminário de acessibilidade com a UNESP, criou um projeto piloto denominado PAVUN Projeto de Acessibilidade Virtual UEPG/Nutead, para garantir um bom nível de acessibilidade nos produtos gerados pelo setor e divididos inicialmente em três fases.
Entre os meses de junho e agosto de 2015 houve a capacitação da equipe técnico-administrativa e avaliação dos produtos utilizados. Para 2016, projeta-se o acompanhamento das ações realizadas, reavaliação, adaptação e implementação em todos os cursos EAD.
Ações do Projeto
No que se refere às ações, Szesz expôs a nova interface das disciplinas do AVA, baseando-se em abas e objetivando uma melhor divisão de materiais. Ainda tratou da inserção de ferramentas de lupa e alto contraste, para favorecer pessoas com baixa visão e/ou daltônicas; a possibilidade de ouvir o material inserido no AVA através do leitor de conteúdo, bem como novos formatos de materiais didáticos. São materiais baseados em áudio books facilitando o processo de ensino e aprendizagem, além da alteração de todo o portal do Nutead, inclusive com acessibilização em Libras, através do aplicativo HandTalk que realiza a interpretação e tradução dos textos em português para Libras em tempo real.
Para Szesz, o projeto significa a possibilidade para que todos possam estudar. Cabe a nós, os profissionais da área, estar sempre preocupados com isso. Atentos às constantes mudanças para acompanhar e melhorar todo o processo. Como responsável pelo projeto diz que, junto à equipe, trabalha para melhorar ainda mais a forma de fazer EAD, estudando novas tecnologias e desenvolvendo soluções, além de disseminar e discutir o conhecimento adquirido, demonstrando o comprometimento da UEPG e do Nutead com o ensino e com as pessoas.